Gostaria de ter conhecido meus bisavós, mas no passado a
expectativa de vida era pouca, vivia-se
pouco. A vida era dura como dizia meu pai. Não se tinha as mordomias de hoje,
as facilidades. Para ter água em casa era necessário suar a camisa e calejar as
mãos nas cordas de um poço e quando o poço era longe o suor era mais que dobrado.
A luz noturna era a dos lampiões e os rádios de pilha eram
luxo. Gás encanado nem pensar, o fogão era de lenha e a comida era deliciosa.
Ainda me lembro, nos meus 3, 4 anos, da Fazenda Diamante, imponente com seus
cafezais que se perdiam no infinito, meu pai chegando à tarde depois de mais um
dia de trabalho, naquela terra vermelha, que só mudava de cor na época das
geadas. A vida era simples, a gente era simples, nada era complicado.
Foram poucos esses 5 anos que vivi lá, mas suficientes para
enraizar, para fazer história.
Depois disso a vida mudou, num piscar, de ruralistas para
urbanistas, que choque, mas isso não vem ao caso.
Hoje a Fazenda
Diamante já não existe mais, a cidade cresceu e engoliu aquele pequeno paraíso.
Voltei lá depois de uma vida adulta bem formada, queria reconhecer naquele
pedaço de chão, fragmentos da memória que ficaram comigo, lembranças preciosas
de vidas que já se foram. Fotografei os lugares onde haviam as casas, onde a
lembrança pode alcançar.
Ninguém vive de passado, mas é ele é o único vínculo que
explica nossa existência. Que a história jamais se apague, que sempre haja
alguém disposto a buscar e valorizar aqueles que um dia fizeram a nossa história
acontecer.
A eles tiro meu chapéu, por eles estou aqui.
Ah.... esse lugar é Maringá. Terra amada
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