Todo feito produzido de imediato nem sempre traz os resultados
esperados. Um velho conselho sábio, é que devemos sempre deixar as coisas maturarem.
O pão para crescer precisa de um certo tempo de fermentação assim como o vinho,
para ficar realmente bom, necessita descansar dias, meses ou até anos para
atingir o ponto ideal.
Nós também deveríamos trabalhar essa maturação!
Nascer, crescer e morrer é o ciclo natural da vida, mas o
morrer não terá sentido se não tivermos vivido plenamente o “crescer”. É o
crescer que nos torna humanos capazes de chegar ao ponto em que se pode dizer:
valeu a pena!
Deveríamos ter um tempo interior que não seria contado em
horas. A divisão do dia em 24 horas serviu na antiguidade para o homem se
organizar e não para escravizar. Somos seres propensos a carregar pesos, pesos
que nem sempre suportamos e que nos impomos na ânsia de conseguir chegar.
Um dia, observando uma formiguinha andar, achei que ela demoraria
muito para chegar ao seu destino, por causa do seu pouco tamanho em relação ao
longo espaço que tinha que percorrer. Assim com todo cuidado coloquei-a sobre uma
folhinha e caminhei alguns passos deixando a formiguinha já lá na frente. Para
minha surpresa, depois que deitei a formiguinha no chão, vi que ela fez o
caminho de volta até o ponto que eu a havia pego e só assim retornou à sua
caminhada. O objetivo dela não era apenas chegar, era “fazer” o caminho, coisa
que eu a impedi com a minha boa intenção. Essa formiguinha me deu uma grande
lição.
Nossa vida pode ter um sentido bem maior quando não deixamos
a pressa tomar conta do nosso cotidiano. Deixar as coisas simples passarem
despercebidas e julgá-las sem importância é um grande erro, pois é na
simplicidade que podemos nos realizar.
Observar, contemplar e aprender, deixar o nosso ser falar,
respirar profundo sentindo a beleza deste ato. Escutar o que vem de dentro do
nosso coração, nos conhecer e saborear a harmonia desse momento.
O importante, assim como a formiguinha, é se permitir “fazer”
a caminhada, acertando, errando, se corrigindo. O amadurecimento exige o tempo
dos pães e dos vinhos, exige o tempo que nos permitimos para esse aprendizado.
